sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Última Gota do Oceano



Quando penso em lutar ou desistir em relação aos meus objetivos na vida sempre recorro à última gota do oceano... Diante de algum impasse, ou problema, ou situação de difícil solução é recorrente o incentivo à desistência que encontramos beirando os passos do caminho, à espreita. Não falta quem diga:

- Deixa isso pra lá!
Ou:
- Sai dessa!
Às vezes:
- Isso não vai dar certo, é melhor você desistir!

Há pessoas que, definitivamente, arrastam suas existências a um certo conformismo que causa a mais vigorosa irritação em quem não deixa de pensar em como seria se tivesse tentado mais uma vez, feito eu. Só mais uma vez!
Metaforicamente, quando se está nadando para chegar a algum lugar, ou alcançar determinado objetivo é preciso, de braçada em braçada, vencer e conquistar um oceano inteiro. E quantos oceanos se tem que percorrer diariamente? O grau de dificuldade é devastador e, a cada retomada de fôlego, o turbilhão parece nos vencer e a conseqüência é retroceder, naturalmente. A cada recomeço as forças estão menores e o ânimo se aniquila.
Existem aquelas pessoas que simplesmente desistem de nadar e ficam à deriva, subjugadas ao movimento e fluxo das ondas. O velho pretexto de “deixar a vida levar” pode ser demasiado perigoso e tentador, mas, também ferino e fatal. As ondas vão sim te guiar até a praia, contudo, as pedras e os rochedos é que estarão à espera; silenciosas e funestas anfitriãs.
Sem nenhuma sombra de dúvida pairando sobre mim prefiro acreditar na última gota do oceano, que me faz ter forças para chegar até o fim. Gota a gota vou vencer cada oceano que se apresentar diante dos meus braços vorazes por obstáculos a vencer. Exatamente como tantas outras tormentas que já percorri. Mesmo porque acredito que, o que busco, o que quero e o que espero pode estar me esperando justamente na última gota do oceano.
Pode até parecer lógico pensar que, depois de se ter nadado um oceano inteiro, não se vá conquistar alguma coisa, qualquer que seja, justamente na última gota, no derradeiro instante, no desesperado momento de se ter a profícua certeza de se deixar derrotar. Esse pensamento pode ser útil para confortar erroneamente quem parou de nadar e, agora, viverá com a incerteza tenebrosa de jamais saber como é que teria sido se houvesse a luta permanecido até o último resfolego. Cada um, entretanto, tem os seus motivos para agir da forma como se faz – resistindo ou desistindo – e, como não quero ser dono de razão nenhuma, proclamo o respeito a cada ser humano da mesma maneira igual e honrada. Isso é fortaleza!
Quando recorro à última gota do oceano, de cada oceano que supero para conquistar as paisagens dos horizontes mais diversos e distantes, assim o faço porque este é o meu processo de caminhar e nadar ainda uma vez mais sem correr o risco de ter que conviver com as âncoras contundentes do eterno “como teria sido?”...
Preciso acreditar que, cada gota vencida é uma gota a menos e o seu sabor único e efêmero deve ser degustado com sabedoria e emoção. Desta maneira me fortaleço e acredito que cada gota superada é uma distância percorrida... Em direção às conquistas, minhas!
A idéia de aceitar a possibilidade de parar de nadar a apenas uma gota de distância das realizações almejadas é devastadora e impulsiona a contínua tentativa, pois, tudo o que busco pode estar reservado na última gota do oceano.
AUTOR DESCONHECIDO

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