terça-feira, 28 de julho de 2009

A HISTÓRIA DE UM JARDIM




Amanheceu, o dia era lindo,
o sol brilhava, o jardim cheio de flores,
cada uma delas mais imponente
e perfumada que a outra,
começava enfim a primavera.
Haviam rosas desabrochando,
papoulas excitadas,
jasmins que balançavam ao vento,
margaridas em grupos,
violetas excêntricas.

O jardim mais parecia uma festa a luz do dia.
Todos que ali passavam admiravam a riqueza
daquele instante,
a profundidade daquele momento
e podiam sentir aquele aroma que trazia paz.

O colorido era maravilhoso,
rosas vermelhas,
margaridas amarelas,
violetas roxas....tudo perfeito,
tudo completo.

A grama completava aquele
cenário irretocável e os raios de sol
pousavam para emoldurar
aquele momento.

Chegou então o JARDINEIRO,
para dar amor e carinho àquelas flores,
fez o seu serviço em silêncio.

Podou, regou,
plantou novas sementes,
quando de repente percebeu que era observado
por alguém que lhe disse:

- que belo jardim, você é um artista,
conseguir manter assim tudo perfeito,
é uma arte.

Ele então respondeu:
...mas não está tudo perfeito!
Olhe ali no centro do jardim,
está vendo AQUELA ORQUÍDEA?
Ela está triste,
ela está chorando,
ela está sofrendo muito.

- Mas você consegue enxergar isso?
Eu não estou conseguindo perceber,
ela me parece tão linda.

- Você não consegue perceber,
porque a beleza que ela traz por
fora esconde a tristeza que ela
carrega por dentro,
mas eu posso perceber,
porque os meus olhos,
moram no meu coração e
é só por isso que sou um artista.
Conservar a beleza de um jardim,
não é ser artista,
ser artista é perceber, entender,
aceitar e sentir a tristeza de uma
única flor que se esconde no
meio de tantas.

(Silvana Duboc)

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