segunda-feira, 30 de março de 2009

A BORBOLETA E O CAVALINHO





Esta é a história de duas criaturas de Deus
que viviam numa floresta distante
há muitos anos atrás.
Eram elas: um cavalinho e uma borboleta.
Na verdade, não tinham praticamente nada em
comum, mas em certo momento de suas vidas
se aproximaram e criaram um elo.
A borboleta era livre, voava por todos os cantos
da floresta enfeitando a paisagem.
Já o cavalinho tinha grandes limitações, não era bicho solto
que pudesse viver entregue à natureza.
Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta
e a partir daí sua liberdade foi cerceada.
A borboleta, no entanto, embora tivesse
a amizade de muitos outros animais
e a liberdade de voar
por toda a floresta,
gostava de fazer companhia ao cavalinho.
Agradava-lhe ficar ao seu lado
e não era por pena,
era por companherismo, afeição, dedicação
e carinho.
Assim, por todos os dias, ia visitá-lo
e lá chegando levava sempre um coice,
depois então um sorriso.
Entre um e outro ela optava por esquecer
o coice e guardar dentro do seu coração
o sorriso.
Sempre o cavalinho insistia com a borboleta
que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto
por causa do seu enorme peso.
Ela, muito carinhosamente,
tentava de todas as formas ajudá-lo,
mas isso nem sempre era possível por ser ela
uma criaturinha tão frágil!
Os anos se passaram e
numa manhã de verão a borboleta
não apareceu para visitar
o seu companheiro.
Ele nem percebeu, preocupado que ainda
estava em se livrar do cabresto.
E vieram outras manhãs e mais outras e
milhares de outras, até que chegou o inverno
e o cavalinho sentiu-se só
e finalmente percebeu a ausência da borboleta.
Resolveu então sair de seu canto
e procurar por ela.
Caminhou por toda a floresta a observar
cada cantinho onde ela poderia ter
se escondido e não a encontrou.
Cansado, se deitou embaixo de uma árvore.
Logo em seguida um elefante se aproximou
e lhe perguntou quem era ele
e o que fazia por ali.
─ Eu sou o cavalinho do cabresto
e estou a procura de uma borboleta que sumiu.
─ Ah, é você então o famoso cavalinho?
─ Famoso, eu?
─ É que eu tive uma grande amiga
que me disse que também era sua amiga
e falava muito bem de você.
Mas afinal, qual borboleta
que você esta procurando?
─ É uma borboleta colorida, alegre,
que sobrevoa a floresta todos os dias
visitando todos os animais amigos.
─ Nossa...
Mas era justamente dela
que eu estava falando.
Não ficou sabendo?
Ela morreu e já faz muito tempo...
─ Morreu? Como foi isso?
─ Dizem que ela conhecia, aqui na floresta,
um cavalinho assim como você
e todos os dias quando ela ia visitá-lo,
ele dava-lhe um coice.
Ela sempre voltava com marcas horríveis
e todos perguntavam a ela
quem havia feito aquilo,
mas ela jamais contou a ninguém.
Insistíamos muito para saber
quem era o autor
daquela malvadeza e ela respondia
que só ia falar das visitas boas que tinha feito
naquela manha e era aí que ela falava
com a maior alegria de você.
Nesse momento
o cavalinho já estava derramando
muitas lágrimas de tristeza
e de arrependimento.
─ Não chore, meu amigo, sei quanto você
deve estar sofrendo.
Ela sempre me disse
que você era um grande amigo,
mas entenda...
Foram tantos os coices que ela recebeu
desse outro cavalinho,
que ela acabou perdendo
as asinhas, depois ficou muito doente,
triste e sucumbiu e morreu.
─ E ela não mandou me chamar
nos seus últimos dias?
─ Não, todos os animais da floresta quiseram
lhe avisar, mas ela disse o seguinte:
“Não perturbem meu amigo com coisas
pequenas...
Ele tem um grande problema que eu
nunca pude ajudá-lo a resolver.
Carrega no seu dorso um cabresto,
então será cansativo demais pra ele
vir atá aqui.”
Vejam só...
Você pode até aceitar os coices que lhe deram
quando eles vierem acompanhados
de beijos...
Mas, em algum momento da sua vida,
as feridas que eles vão lhe causar,
não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.
Quanto ao cabresto que você tiver de carregar
durante a sua existência,
não culpe ninguém por isso...
Afinal, muitas vezes, foi você mesmo
quem o colocou em seu dorso
ou permitiu que fosse colocado...
Espero que você possa aceitar as coisas
como elas são...
sem pensar que tudo conspira contra você...
Porque parte de nós é entendimento...
a outra parte é aprendizado!!!
Que você possa ter forças para vencer
todos os seus medos...
Que no final possa alcançar
todos os seus objetivos...
Que tudo aquilo que você vê e escuta
possa lhe trazer conhecimento...
Que essa escola possa ser longa e feliz...
Pois parte de nós é o que vivemos...
A outra parte é o que esperamos!!!
Que durante a sua vida
você possa construir sentimentos verdadeiros...
Que você possa aceitar
que só quem soube da sombra...
Pode saber da luz!!!
Para ser feliz não existe poção mágica.
É preciso somente
que tenha a alma limpa
e desprovida de mágoas e rancores...
Quanto mais tempo ficarmos remoendo as dores,
mais tempo levaremos para cicatrizar as feridas...
Estamos aqui de passagem...
Nada trouxemos e nada levaremos!!!
Mas... podemos deixar nossa marca!!!

(Desconheço a autoria)

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